

Muitos dos sítios em que estive nesta viagem eram completamente desconhecidos antes de sair da Europa. Houve muitos nomes difíceis de pronunciar e decorar que fui começando a ouvir da boca de outros viajantes ou a descobrir no lonelyplanet, na net ou em revistas. Depois formava-se uma imagem mental, que seria substituída pela memória da passagem pelo lugar.
Com o Vietname não foi nada assim. Como a maioria das pessoas da minha geração, cresci com os filmes americanos sobre a guerra que mais lhes custou...As imagens mais comuns eram de campos de arroz a serem bombardeados e pequenas pessoas de chapéu em bico. De facto confirma-se, o Vietname é isso, mas é mais.
Tem óptimas praias, paisagens de sonho, festa, pessoas muito simpáticas e vendedores igualmente chatos. Os vietnamitas sabem aproveitar a imagem que os ocidentais têm deles, entre os recuerdos mais comuns estão capacetes do exército e t-shirts com "Gooood morning Vietnam".
Nota-se que já estamos mais perto da China, os edifícios começam a ter aqueles telhados com bicos e há caracteres chineses por todo o lado. Os franceses também deixaram aqui um pouco mais do que baguetes, é dos poucos países da zona com forte presença católica.
Todas as pessoas que encontramos que tinham passado pelo Laos tinham adorado. Pareceu-me sempre estranho, já que todos diziam que as estradas são um terror, é muito montanhoso ( = horas intermináveis de autocarro), não conhecia nenhum ponto de interesse do país, tirando Luang Prabang, e mal tinha ouvido falar dele em Portugal. Foi o sítio com pior tempo, choveu muito todos os dias e realmente, apesar de ter algumas coisas engraçadas, nenhum ponto de interesse nos pareceu excepcional (talvez tenha ajudado começarmos a sentir alguma overdose de templos e budas). Provavelmente o mais original foi fazermos tubbing, descer um rio de bóia, rodeados de penhascos incríveis. Mas, aos poucos, fomos envolvidos no ritmo relaxado do Laos, cheio de sorrisos e sabaidiiiis (olá e adeus, na realidade só com um "i", mas toda a gente diz assim), com uma autenticidade que só tinha visto em Timor.
Um dia alugámos uma bicicleta (aí então é que toda a gente nos dava atenção) e a da Leonor ficou com o pneu vazio, por sorte encontrámos logo o que parecia ser uma oficina. Estranhamente só tinha crianças, a mais velha com...sou um bocado mau nisto, mas diria uns 9 anos.