Wednesday, November 5, 2008
Thursday, October 30, 2008
Monday, September 15, 2008
Balanço
Foi uma viagem que abrangeu desde a sofisticação de KL, Singapura, Macau e Hong-Kong, até ao primitivo dos autocarros do Laos ou dos mercados de rua indonésios.
Inter-religiosa, passamos por terrenos de adoração hindus, budistas, cristãos, muçulmanos, animistas e misturas de todos.
Gostei muito de ter passado por esta experiência, mas claramente o meu temperamento adequa-se mais aos países latinos. Menos calmos e pacientes, mas mais francos, mais alegres e muito mais musicais. Talvez a próxima vez que escreva aqui seja da América do sul, ou de África, quem sabe...Para já, quando dedicar mais tempo às fotografias, vou pondo cá algumas selecções.
Este mapa dá uma ideia dos lugares, mas não mostra o que muitas vezes foi mais duro e enriquecedor: o percurso. A partir do sul da Tailândia, entrando pelo Cambodja, atravessando o Laos e descendo o Vietname, nem um avião. Acho mesmo que os transportes foram dos pontos mais perigosos da viagem.
Na altura não tinha internet suficientemente boa para pôr os videos. Foi numa viagem em que a música nos levou a uma aldeia. Lá percebemos, pelo único senhor que arranhava português, que estávamos perante a celebração do fim das colheitas,em que, em sinal de agradecimento aos Deuses, se abatem alguns animais.
No primeiro vídeo estão as senhoras da aldeia a tocar os gongos que marcam o início da festa (no primeiro momento chamei-lhes frigideiras).
Wednesday, September 10, 2008
Fusões
Hong-Kong
Chega-se de barco ao impressionante Victoria Harbour e tem-se a sensação de ter chegado ao limite da civilização, ao que de mais moderno existe.
Wednesday, August 27, 2008
Muitos dos sítios em que estive nesta viagem eram completamente desconhecidos antes de sair da Europa. Houve muitos nomes difíceis de pronunciar e decorar que fui começando a ouvir da boca de outros viajantes ou a descobrir no lonelyplanet, na net ou em revistas. Depois formava-se uma imagem mental, que seria substituída pela memória da passagem pelo lugar.
Com o Vietname não foi nada assim. Como a maioria das pessoas da minha geração, cresci com os filmes americanos sobre a guerra que mais lhes custou...As imagens mais comuns eram de campos de arroz a serem bombardeados e pequenas pessoas de chapéu em bico. De facto confirma-se, o Vietname é isso, mas é mais.
Tem óptimas praias, paisagens de sonho, festa, pessoas muito simpáticas e vendedores igualmente chatos. Os vietnamitas sabem aproveitar a imagem que os ocidentais têm deles, entre os recuerdos mais comuns estão capacetes do exército e t-shirts com "Gooood morning Vietnam".
Nota-se que já estamos mais perto da China, os edifícios começam a ter aqueles telhados com bicos e há caracteres chineses por todo o lado. Os franceses também deixaram aqui um pouco mais do que baguetes, é dos poucos países da zona com forte presença católica.
Seguindo a regra dos países comunistas da zona,também este vai abrindo as portas ao capitalismo; vê-se no Sheraton ou na Gucci, no KFC ou Pizza-Hut. Apesar de ainda haverem bandeiras com a foice e o martelo, no Laos então eram imensas, as convicções começam a afrouxar. No Cambodja a lei não permite empresas estrangeiras comprarem terreno, mas deixa alugarem por 99 anos...
As imagens são o antes e o depois do portão do palácio real de Saigão. O antes quando o Norte ganhou, uniu o pais debaixo da bandeira vermelha do comunismo e mudou o nome da cidade para celebrar o seu herói, Ho Chi Min. O depois mostra um recinto orgulhoso, envolvido por uma cidade, já moderna, que continua a crescer e evoluir.
Estou a escrever de Bangkok, depois Macau e Hong-Kong. Dia 3 já aterro na Portela.
Monday, August 18, 2008
Sabaidiiiii
Todas as pessoas que encontramos que tinham passado pelo Laos tinham adorado. Pareceu-me sempre estranho, já que todos diziam que as estradas são um terror, é muito montanhoso ( = horas intermináveis de autocarro), não conhecia nenhum ponto de interesse do país, tirando Luang Prabang, e mal tinha ouvido falar dele em Portugal. Foi o sítio com pior tempo, choveu muito todos os dias e realmente, apesar de ter algumas coisas engraçadas, nenhum ponto de interesse nos pareceu excepcional (talvez tenha ajudado começarmos a sentir alguma overdose de templos e budas). Provavelmente o mais original foi fazermos tubbing, descer um rio de bóia, rodeados de penhascos incríveis. Mas, aos poucos, fomos envolvidos no ritmo relaxado do Laos, cheio de sorrisos e sabaidiiiis (olá e adeus, na realidade só com um "i", mas toda a gente diz assim), com uma autenticidade que só tinha visto em Timor.
Um dia alugámos uma bicicleta (aí então é que toda a gente nos dava atenção) e a da Leonor ficou com o pneu vazio, por sorte encontrámos logo o que parecia ser uma oficina. Estranhamente só tinha crianças, a mais velha com...sou um bocado mau nisto, mas diria uns 9 anos.
São diferentes em termos de paciência, qualquer ocidental nestes autocarros a contornar ravinas em alta velocidade ficava maluco...Nós já não aguentávamos mais.
Também parecemos ser os únicos surpreendidos quando tivemos que sair do autocarro porque estava a derrapar na lama, mais uma vez em risco de ir pelo monte abaixo.
Monday, August 11, 2008
Os Khmer
Era demais descrever os templos. Explico só que, o que se vê dentro da árvore, Ta Prohm, foi o que a academia francesa, que transformou o sítio em parque arqueológico, decidiu manter intacto quando iniciou as escavações e preservação, pouco antes do início do último século. A natureza a sobrepor-se ao Homem (tem que se carregar na imagem para ter noção da dimensão). A cara a que estou a dar chapadinhas amigáveis era uma das mais de duzentas que existem no Bayon, todas daquele tamanho ou maiores.
Ao lado de Roma, foi a colecção de monumentos que me fez sentir mais pequeno, mais ainda pensando nos séculos que já viram e nos poucos meios que havia quando foram construídos.
O outro Khmer a condicionar este país foi o do mal, o Khmer Rouge. Impulsionado pela vitória dos comunistas na guerra do Vietname, este Khmer tentou implementar a sua versão brutal do comunismo, acabando com o dinheiro e espalhando a destruição (causou a morte a 1/5 dos habitantes do Cambodja). Ironicamente foi tal o exagero que foi derrubado, 5 anos depois, pelo mesmo Vietname.
Ao atravessar a fronteira deu-se o primeiro choque, ao sair da civilizada Tailândia para o faroeste. Ruas de lama, edifícios que parecem de outro século e casinos para os tailandeses perderem os seus bahts.