Primeiro, o grande. O império Khmer um dos maiores, senão o maior, a existir no sudeste asiático. No auge estendeu-se à Tailândia, Laos, e Vietname, centrado no Cambodja e sempre comandado a partir de Angkor. Eventualmente foi derrubado por um reino thai (Ayutthaya do último post), o que obrigou a deslocar a capital para Phnom Penh (embora no Cambodja defendam que foi sobretudo para ganharem vantagem competitiva no comércio com a China). Como se percebe, toda esta zona do mundo tem uma História de rivalidades, conquistas e "empurranços" de capitais, que faz as nossas velhas picardias com Espanha parecerem de meninos. Ainda em Julho houve uns problemas que envolveram tropas da Tailândia e do Cambodja, por causa de um templo perto da fronteira.
Já tinha lido e ouvido muito sobre Angkor: um dos mais impressionantes feitos do Homem, a oitava maravilha do mundo, uma das pérolas da humanidade, etc...Naturalmente as minhas expectativas eram muito altas, mas não saíram defraudadas, é de facto brutal. Os que não conhecem não pensem que Angkor é só este templo esmagador, como grande capital que era tem muitas obras de dimensão e pormenor incríveis, erguidas ao longo de vários séculos. A maioria começou por homenagear os Deuses hindus Shiva e Vishnu, mas, seguindo as tendências religiosas da região, acabou adaptada para adorar Buda.
Era demais descrever os templos. Explico só que, o que se vê dentro da árvore, Ta Prohm, foi o que a academia francesa, que transformou o sítio em parque arqueológico, decidiu manter intacto quando iniciou as escavações e preservação, pouco antes do início do último século. A natureza a sobrepor-se ao Homem (tem que se carregar na imagem para ter noção da dimensão). A cara a que estou a dar chapadinhas amigáveis era uma das mais de duzentas que existem no Bayon, todas daquele tamanho ou maiores.
Ao lado de Roma, foi a colecção de monumentos que me fez sentir mais pequeno, mais ainda pensando nos séculos que já viram e nos poucos meios que havia quando foram construídos.
Era demais descrever os templos. Explico só que, o que se vê dentro da árvore, Ta Prohm, foi o que a academia francesa, que transformou o sítio em parque arqueológico, decidiu manter intacto quando iniciou as escavações e preservação, pouco antes do início do último século. A natureza a sobrepor-se ao Homem (tem que se carregar na imagem para ter noção da dimensão). A cara a que estou a dar chapadinhas amigáveis era uma das mais de duzentas que existem no Bayon, todas daquele tamanho ou maiores.
Ao lado de Roma, foi a colecção de monumentos que me fez sentir mais pequeno, mais ainda pensando nos séculos que já viram e nos poucos meios que havia quando foram construídos.
Mas a influência do verdadeiro Khmer não acaba aqui. Está hoje na bandeira, nas fronteiras, nas notas e nas cervejas. O Cambodja continua a respirar Angkor, 700 anos depois. Sinto um paralelismo com as nossa (ou dos mais velhos) saudade e nostalgia do grande Portugal dos descobrimentos, mas multiplicadas muitas vezes.
O outro Khmer a condicionar este país foi o do mal, o Khmer Rouge. Impulsionado pela vitória dos comunistas na guerra do Vietname, este Khmer tentou implementar a sua versão brutal do comunismo, acabando com o dinheiro e espalhando a destruição (causou a morte a 1/5 dos habitantes do Cambodja). Ironicamente foi tal o exagero que foi derrubado, 5 anos depois, pelo mesmo Vietname.
Ao atravessar a fronteira deu-se o primeiro choque, ao sair da civilizada Tailândia para o faroeste. Ruas de lama, edifícios que parecem de outro século e casinos para os tailandeses perderem os seus bahts.
O outro Khmer a condicionar este país foi o do mal, o Khmer Rouge. Impulsionado pela vitória dos comunistas na guerra do Vietname, este Khmer tentou implementar a sua versão brutal do comunismo, acabando com o dinheiro e espalhando a destruição (causou a morte a 1/5 dos habitantes do Cambodja). Ironicamente foi tal o exagero que foi derrubado, 5 anos depois, pelo mesmo Vietname.
Ao atravessar a fronteira deu-se o primeiro choque, ao sair da civilizada Tailândia para o faroeste. Ruas de lama, edifícios que parecem de outro século e casinos para os tailandeses perderem os seus bahts.
Em Phnom Penh vi mais pedintes do que em qualquer outra cidade, muitos mutilados pela guerra ou pelas minas que ela deixou por explodir e um impressionante museu feito para fazer perdurar a memória do massacre. A ideia de não deixar cair os erros do passado no esquecimento é boa, mas acaba por ser um memorial do terror, com fotografias e ossos dos mártires como corolário. Em Siem Reap (a cidade que serve de dormitório a Angkor) há mais crianças a trabalhar do que adultos. Mas acho que o mais revoltante foi o palácio real, conjunto de palácios aliás, do maior luxo que se possa imaginar, que inclui um Buda do tamanho de uma pessoa em ouro maciço e cravejado de diamantes. Aqui, com a maior lata do mundo, haviam pedidos do género "contribua para preservar a herança do Cambodja". Seria mais útil contribuirem para diminuir a pobreza extrema do seu povo, mandá-lo para a escola ou melhorar as suas estradas miseráveis.
2 comments:
Joder!!
Que cabron menuda vida que te estas pegando! jeje.
Oye avisa cuando vuelvas, a ver si nos vemos.
Un abrazo, Jose
Tio muy guapo!! un abrazo Jose, a ver si nos vemos a la vuelta
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