Sunday, June 8, 2008

O trekking em Lombok

"Caminhar por trilhos naturais, desfrutando do contato com a natureza e, ainda por cima, cercado de belas paisagens em locais pouco conhecidos." Esta foi uma definição que encontrei para trekking.

Começou com um dia inteiro a subir uma montanha mais alta do que a Serra da Estrela, numa monótona paisagem de selva, apenas animada por uns macacos ocasionais. Já tinha dito que não era para mim, muito esforço e pouco benefício, mas o melhor ía chegar. Depois de adormecer às 7 da tarde (primeira vez na vida?), por volta das 5h, ainda de noite, voltávamos a subir o monte.

Na chegada ao cume paisagens incríveis. Um vulcão que ainda há pouco esteve activo, rodeado por um lago, montanhas e cascatas.


Acho que a minha cara espelha bem o alívio/cansaço do momento.

Na berma do lago que abraça o vulcão estavam imensos pescadores que viviam em tendas improvisadas, feitas com plásticos. Como não têm meios para conservar os peixes, quando os apanham prendem-nos com uma corda e põe-nos outra vez na agua, quais cães com trela.

É uma última oportunidade. Há peixes no lago porque, há uns anos atrás, o Suharto mandou uns helicópteros despejar lá os avós dos peixes. Agora, quem não tem emprego vai la tentar a sua sorte.

O guia também tem que se lhe diga. 50 anos (a aparentar uns 35),pernas que parecem troncos (sobe a montanha 2/3 vezes por semana), trocou há pouco de mulher, a nova tem 20 anos ,e é um óptimo cozinheiro que todos os dias nos fazia, para o pequeno-almoço, panquecas de banana na fogueira. Contou-me que era meio muçulmano, meio porque gosta muito de Bintang (marca de cerveja) e arak (parecido com aguardente), além de só rezar uma vez por ano, no seu Ramadão especial.
Lombok é uma ilhota à frente de Bali, mas ao contrário dos balineses, cuja maioria são hindus, a generalidade dos seus habitantes são muçulmanos. Na Indonésia as religiões parecem conviver pacificamente, já acordei com muçulmanos a rezar de madrugada, vi igrejas em frente a mesquitas e alguns templos hindus. Espalhadas por Bali estao pequenas caixinhas com oferendas aos Deuses. Ontem assistimos ao nascer do sol num templo hindu onde estavam imensas pessoas tomarem o seu banho purificador para comemorar uma data sagrada.


O almoço, na berma do lago, foi este peixe com o típico arroz branco sensaborão, presente em quase todas as refeições destes sítios mais recônditos do oriente.



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